Depois
de inúmeras viagens com nosso Del Rey, incluindo grande parte do Brasil e a
travessia da América do Sul de leste a oeste, eu e meu filho Rapha retomamos uma ideia
antiga: a compra de um carro para ser utilizado nos treinamentos de nosso
projeto Rota do Asfalto (pesquise
@rotadoasfalto no Instagram e Facebook) que previa sua inteira desmontagem e
estudos de seus sistemas mecânicos.
Nosso Del Rey já pronto e com a pintura ainda reluzente.
Quem
mais incentivou a compra foi minha esposa, o que ocasionou um grande impulso naquela
ideia.
Estabelecemos,
que após a conclusão da restauração, o carro deveria estar apto a participar de
alguma modalidade esportiva, como trackday, corridas de endurance ou simplesmente
ralis de regularidade. Queríamos que o carro fosse diferente do que se vê na
maioria dessas modalidades, então pensamos, por que não um carro da família Del
Rey, uma vez que temos farta experiência com este tipo de carro, temos várias
peças, etc.
Tínhamos
preferência por uma Belina, mas não descartamos o próprio Del Rey sedã, a Pampa
e nem mesmo um Corcel.
A
meta seria encontrar um carro barato, obviamente precisando de alguns reparos, mas
que não estivesse acidentado ou totalmente oxidado, afinal pretendíamos
desmontá-lo por completo, através de um curso que seria dividido em módulos
como: suspensão, motor, transmissão, sistema elétrico, estrutura, pintura,
tapeçaria, etc.
Na
segunda-feira, dia 02 de março de 2020, iniciamos a procura e logo o Rapha
localizou uma Belina, modelo L, do ano de 1988, azul em Itaquera, na
cidade de São Paulo.
As
fotos mostravam um carro com a pintura completamente desgastada e muito sujo.
Logo
que chegamos fomos reconhecidos pelo dono, devido às nossas viagens com o Del
Rey.
As
fotos pelo menos não eram mentirosas, a Belina jazia no tempo em um apertado
corredor ao lado da loja de auto peças de propriedade do dono, do pai e dos irmãos.
A aparência era de um carro completamente abandonado em função de outros carros
mais novos que também “dormiam” no tempo.
Apesar
de tudo, observamos uma carroceria com pouca oxidação, alinhada e nenhum
vestígio de batidas. Olhamos por baixo e a estrutura estava muito boa, já a
mecânica apresentava alguns vestígios de cansaço e o interior já desgastado. O
hodômetro acusava 162.540 Km, muito pouco pela idade do carro.
Não
costumamos acreditar muito no registro de hodômetros, mas tive a intuição de
que a quilometragem era real. Apenas faltaram cuidados por todos aqueles anos.
O
carro parecia ideal para o nosso propósito.
Fizemos
uma proposta, recusada a princípio, mas já no dia seguinte recebemos um contato
e acertamos o preço.
Fomos
os dois com o Palio da minha filha, equipado com uma mala de ferramentas e
algumas de peças sobressalentes (parte do arsenal do Del Rey) para garantir a
volta para nossa oficina.
Depois
de muita conversa, fizemos o pagamento, reconhecemos a assinatura no recibo de
venda em um cartório da região e voltamos. Eu dirigindo a Belina e o Rapha o
Palio.
Descontando
a imprecisão da caixa de direção, um ronco na segunda marcha e a suspensão de
“geleia”, a Belina venceu bravamente os 50 Km de trajeto entre a zona Leste e a
Oeste de São Paulo, onde moramos, enfrentando um trânsito medonho de final de
tarde da Marginal do Tietê.
Excluindo
que quase morreu por uma provável falha de carburação, ela trabalhou o tempo
todo com a temperatura do motor dentro do normal, o que não é fácil para nenhum
carro antigo, especialmente naquelas condições aparentes. Realmente o
funcionamento dela nos surpreendeu positivamente.
Inspeção para transferência bem sucedida. Vantagem da compra de um carro com a documentação em ordem.
Dois
dias depois já estávamos fazendo a inspeção para a transferência e dando
entrada da documentação junto ao Detran.
Aos poucos vamos atualizando aqui no Blog a
recuperação da Belina Rota do Asfalto (agora
com nome e sobrenome) que fará companhia ao nosso Del Rey.
Até
breve
Wagner
Coronado